Por que é importante testar a infraestrutura do seu projeto de Data Center

Você está com um projeto de Data Center em mãos e quer se certificar de que ele não esteja apresentando vulnerabilidades em termos de infraestrutura? Pois saiba que a sua preocupação é crucial para que eventuais falhas não o peguem de surpresa!

A infraestrutura é o elemento mais exigido de um Data Center, devido à crescente e complexa carga de trabalho que ela é capaz de suportar.

O aumento desse volume é algo irremediável, já que, mesmo com a melhor utilização de recursos proporcionada por tecnologias como a virtualização e a storage area network (SAN), o investimento por parte das empresas continuará, demandando ambientes com maior robustez.

Diante dessa realidade, qualquer Data Center que não contar com uma infraestrutura que acompanhe o crescimento da demanda por recursos de hardware, cedo ou tarde enfrentará problemas críticos. Em situação similar estão aqueles que fornecem a infraestrutura e não executam nela os devidos testes.

Mas qual é a importância dos testes para garantir o sucesso do Data Center? A resposta para essa e outras questões você encontrará neste artigo. Confira!

O que é um teste de infraestrutura (infrastructure testing)

Trata-se de uma etapa de um projeto de testes, na qual são avaliados os riscos que uma infraestrutura oferece ao serviço — migrações de hardware e tecnologias específicas, como o cloud computing — e a performance.

Dessa forma, é possível mensurar o quanto a infraestrutura em questão consegue suportar, detectar problemas antes que o serviço seja definitivamente implantado, criar meios de prevenção para garantir que o sistema continue funcionando mesmo em condições adversas e muito mais.

Como a falta de testes pode ser prejudicial

Indisponibilidades em decorrência de desastres

A falta de testes pode resultar, por exemplo, em sobrecargas que acarretam indisponibilidade do serviço. Isso compromete as finanças e, sobretudo, a reputação que o seu Data Center está construindo.

Tendo conhecimento dos perigos decorrentes da falta de verificação, a Cisco relatou o sucesso que obteve ao fazer um teste de failover (ou de tolerância a falhas) em sua infraestrutura.

Foi essa medida que levou seus especialistas a entenderem as dimensões do transtorno que possíveis falhas podem causar, assim como detectar problemas antes que um verdadeiro desastre aconteça.

Instabilidade

Os benefícios que os testes proporcionam permitem ao Data Center identificar problemas. Se não são realizados, a equipe de TI fica em meio a uma neblina quando o sistema demonstra algumas falhas.

Para fornecer um serviço plenamente estável aos clientes, é imprescindível que a infraestrutura de TI seja colocada à prova, permitindo, assim, que o seu funcionamento se encontre em perfeitas condições logo que for implementado.

Problemas com energia e refrigeração

Um dos principais estágios de um projeto de teste é a verificação dos sistemas de energia e refrigeração. Conhecendo os limites da infraestrutura nesses termos, o seu Data Center não sofrerá com quedas de energia ou superaquecimento das máquinas.

Vale lembrar que o ambiente de um Data Center comporta dezenas de racks que contêm servidores e acessórios de rede (switches e componentes de armazenamento), entre outros itens que, ao serem ampliados, elevam a densidade elétrica, exigindo ainda mais da capacidade de energia e resfriamento.

3 conceitos importantes para a infraestrutura do seu projeto de Data Center

Um projeto de Data Center moderno e arrojado precisa considerar 3 conceitos para que tudo seja devidamente colocado em prática. Sem eles, é certo que problemas diversos surgirão com o tempo e demandarão muito dinheiro para serem solucionados sem que o serviço sofra interrupções.

Confira, a seguir, quais são esses itens:

1. Escalabilidade

A escalabilidade está relacionada ao dimensionamento de recursos que devem ser implementados conforme as necessidades e demandas dos clientes.

Por exemplo: até um tempo atrás, um Data Center executava uma determinada carga de trabalho e notou que novas tecnologias estavam vindo para ficar. Quando as tendências se tornaram reais no mercado, a migração teve condições de ser feita, pois a infraestrutura já estava pronta para ser expandida.

Existem diferentes maneiras de medir a escalabilidade de um Data Center. Porém, pensando no quanto a infraestrutura pode ser testada, aspectos como a carga e a geografia são bem relevantes. Mas do que se trata, afinal?

A carga de escalabilidade é a mensuração do nível de estresse do sistema enquanto todos os seus recursos se encontram em execução para servir os clientes. Quanto mais facilidade o sistema tiver para desempenhar as atividades, menos problemas ele tende a apresentar com o tempo.

Já a escalabilidade geográfica tem um propósito ainda mais simples: verificar se o desempenho da infraestrutura é mantido, não importando a distância do acesso aos recursos a serem distribuídos.

2. Virtualização

A escalabilidade da infraestrutura não deve se resumir a adicionar novos componentes de hardware para ampliar a performance do Data Center. Além de implicar em custos mais altos, essa prática representa um grande desperdício das máquinas — que são muito mais avançadas do que aparentam.

É como quando uma empresa necessita de novos servidores dedicados a um diferente processo. Na realidade, não é preciso adquirir uma nova CPU para rodá-los: é possível usar a virtualização para aproveitar os recursos do servidor físico.

redução de custos que a virtualização promove é grande, principalmente quando executada pela primeira vez, além da própria flexibilidade com que o Data Center pode contar — distribuindo somente os recursos necessários para que cada servidor seja capaz de entregar o serviço.

Outras vantagens observadas são:

  • backup otimizado: é possível fazer cópias de segurança da máquina virtual como um todo ou somente dos novos dados que são armazenados;
  • alta disponibilidade: as máquinas virtuais contam com o recurso high availability, que permite uma rápida recuperação do sistema que apresenta falhas;
  • redução de espaço: a parte física é um elemento muito precioso em um Data Center. A virtualização tem muito a oferecer nesse aspecto, porque dispensa a necessidade de instalar novos servidores físicos;
  • diminuição de problemas com superaquecimento: as máquinas virtuais não influenciam de forma considerável no uso dos recursos;
  • migração para outros equipamentos de hardware: caso o computador precise de manutenção, o servidor virtual pode ser transferido para outro dispositivo;
  • ideal para testes: sua equipe pode fazer testes isoladamente, evitando que atualizações do sistema, por exemplo, apresentem ameaças ao servidor.

Para usufruir de tantos benefícios, porém, é preciso ter ciência de que a virtualização não é a solução para tudo, tampouco pode ser aplicada em uma escala acima do que os requisitos de hardware permitem.

É recomendável reservar entre 30 e 40% dos recursos do computador, para que as máquinas virtuais não corram risco de indisponibilidade.

3. Modularidade

Data Centers modulares, também chamados “Data Center em container”, são unidades de infraestrutura pré-fabricadas que podem ser instaladas com rapidez, garantindo que o prazo de entrega — assim como o custo — seja muito menor em comparação às construções convencionais.

Usando abordagens tradicionais, é certo que o seu projeto levará muito tempo para finalmente sair do papel. No Brasil, assim como nos outros tipos de atividades, há uma burocracia muito grande (inúmeras autorizações), que causa atrasos em serviços cruciais, como o de energia, além do recebimento de equipamentos de alta capacidade (geradores).

A abordagem modular contribui para que vários desses processos sejam agilizados, reduzindo consideravelmente o tempo de engenharia e construção. Isso porque tudo o que envolve a construção do Data Center pode ser feito simultaneamente.

Enquanto os containers são fabricados, por exemplo, as obras civis são realizadas ao mesmo tempo em que os equipamentos necessários para o funcionamento do Data Center são produzidos.

Outra vantagem é que os riscos de se investir em tecnologias obsoletas ou defasadas praticamente inexistem. Afinal, você não injetará dinheiro em algo que será concluído somente a longo prazo.

3 boas práticas para testar a infraestrutura

1. Baseie a performance na experiência do usuário

Ao realizar testes de performance, é fundamental voltar o pensamento para a obtenção de resultados que satisfaçam o cliente. Ou seja: o que é satisfatório para o Data Center pode não ser exatamente o que espera o usuário.

2. Gerencie a climatização com eficiência

Boa parte dos custos com energia elétrica passam pela climatização do Data Center. Com isso, é importante sempre se certificar de que as melhores práticas de gerenciamento estão sendo executadas.

3. Integre os testes ao desenvolvimento ágil

Quando um projeto é desenvolvido isoladamente do início ao fim, a tendência é que algumas falhas passem em branco e se manifestem em momentos inoportunos, gerando desperdício de tempo até que sejam finalmente corrigidas.

Em outras palavras, deixar o teste para depois do desenvolvimento não é uma prática recomendada.

Integrar as verificações ao processo é uma excelente alternativa para que erros sejam detectados rapidamente, ao mesmo tempo em que possibilita medir o desempenho sempre que um código for finalizado.

Ao longo deste conteúdo, você aprendeu o que são testes de infraestrutura, qual a importância deles, quais são os principais conceitos a serem inseridos no projeto e algumas dicas de melhores práticas.

Esperamos, portanto, que verificar a infraestrutura do seu projeto de Data Center comece a fazer parte da sua rotina! Agora que você já sabe os impactos gerados pela falta de testes, que tal conhecer os problemas que a má gestão de TI pode causar?

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Márcio Abreu

Certificado como: PMP (Project Management Professional) pelo PMI; ITIL pelo EXIN; ATD (Accredited Tier Designer) pela Uptime Institute, Certified Data Center Professional ( CDCP ) pela EPI e Six Sigma pelo Council for Six Sigma Certification é um profissional com grande experiência em projetos e construções de Data Ceters, no Brasil. Especialista na concepção , validação do projeto , análise de riscos das instalações, acompanhamento, controle e comissionamento de construções de Data Center .

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